Caminhou pela calçada com seu porte elegante, a cabeça erguida. Tinha as pernas delgadas, a pele alva, os olhos claros. Peitos fartos, generosos, balouçantes. Seguia por entre os transeuntes indiferente aos olhares que lhe dirigiam. Era uma bela estampa de fêmea. Natural que chamasse a atenção.
Quando chegou à altura do cruzamento da Coronel Martinho com a Treze de Maio, desceu da calçada e atravessou sem observar o sinal, fora da faixa de pedestre... Não houve tempo de o caminhão parar. Ela foi arremessada a metros de distância, estrebuchou por alguns segundos, após o que, quedou-se ante o pasmo dos circunstantes.
Também como é que a administração de uma cidade que se diz progressista como a nossa, com pretensões de metrópole, admite que caprinos andem soltos pelas ruas?